A
Pedagogia de Projetos como escrevi na coluna anterior foi a minha grande pedra
preciosa descoberta ao longo dos estudos realizados desde quando comecei a
lecionar em 2004 – sim naquela mesma sala fatídica do texto passado.
Antes
de tudo convém considerarmos o que seria um projeto. Projeto nada mais é do um
produto produzido a partir da construção do conhecimento baseado na realização
concreta de uma ação de interesse pessoal de quem produz.
Assim
sendo, observe que todo projeto surge a partir de uma ação de interesse pessoal
do aluno, ou seja, tudo aquilo que secretarias municipais e estaduais de
educação, diretorias de ensino regionais, escolas e por fim professores remetem
a seus alunos como sendo “projetos” não o são. Podem ser qualquer coisa, menos
projetos. Destarte é simples refletir porque muitas vezes o projeto
político-pedagógico da escola, o projeto de sala de aula, o projeto de
informática, o projeto da biblioteca e tantos outros não dão certo. Oras,
porque na maioria das vezes não são projetos, pois não foram concebidos como
deveriam ser. Ninguém contrata um engenheiro civil para que ele faça um projeto
de construção de sua futura casa do jeito que ele quiser, pelo contrário, muitos
fazem (projetam) precariamente rabiscos em folhas de papel para demonstrarem
como querem a casa. Ninguém procura um professor orientador de mestrado ou
doutorado e pede a ele para escolher o que você quer pesquisar, mas mesmo
assim, porque ainda fazemos isso com nossos alunos nas escolas?
Refletido
sobre o que seria um projeto vamos para um segundo ponto.
Diferentemente
da pedagogia tradicional (que remonta a meados do século XIX utilizada pela
maioria dos professores que conheço pessoalmente ou não) na qual o aprendizado
ocorre pela transmissão de informações do professor para o aluno, na Pedagogia
de Projetos o aprendizado ocorre no processo de pesquisar, levantar dúvidas,
criar relações que incentivam novas descobertas, produzir e reconstruir conhecimento.
Deste modo, na Pedagogia de Projetos o foco não está mais no professor, mas no
aluno. Método ou professor GLS (giz,
lousa e saliva) não tem mais lugar aqui, já que ao professor compete agora realizar
as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que
está aprendendo e pesquisando, a partir das relações criadas e estabelecidas
durante o desenvolvimento dos projetos. É preciso que o professor aprenda a
desaparecer, pois ele não é mais o centro do conhecimento. O foco não está mais
no ensino – professor – mais no aluno – aprendizagem.
Um
terceiro ponto a se destacar é que a Pedagogia de Projetos não deve ser vista
como mais uma pura opção metodológica, mas como uma nova maneira de repensar
toda a educação escolar. Assim, é preciso preparo e conhecimento dos docentes e
gestores antes de optar por essa forma de trabalho para analisarem qual é a
melhor forma de aplicação levando-se em consideração a realidade de cada
unidade escolar existente e é exatamente sobre esse ponto que debruçaremos o
texto da próxima semana, visando principalmente à prática dessa Pedagogia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário