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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Solução em Educação nº. 5 (A Pedagogia de Projetos - Parte 1)




Lembro-me como se fosse ontem a primeira vez que pisei em uma sala de aula como professor. Era verão de 2004 e havia acabado de abrir “sede” na escola Estadual Zezinho Portugal em Guaíra-SP para lecionar como professor substituto. Em uma bela tarde só não me lembro exatamente o dia – apesar de professor de História sou péssimo com datas já esqueci algumas vezes meu próprio aniversário – e o telefone toca. Era o pessoal da escola me pedindo para substituir um professor de História que havia faltado. A aula era no 6º. B.
Ao desligar o telefone um mistura de sensações ocorreu dentro de mim. Caracas vou dar minha primeira aula... Primeiro, claro, veio a euforia. Mas o que eu vou falar? Logo após o desespero.
Caminhei da minha casa até a escola pensando como seriam os alunos, quais seriam suas reações, como seria minha postura como professor, se falaria da Pré-História ou de Roma Antiga, enfim, divagando comigo mesmo fui caminhando. Tinha absoluta certeza só de uma coisa: sem falsa modéstia comigo mesmo, conhecimento histórico eu tinha.
Quando finalmente cheguei à sala de aula – passado todo o tormento cerebral – percebi de cara uma coisa e no decorrer dos agonizantes minutos posteriores veio a constatação. Putz, eu sabia muita coisa só não tinha a mínima idéia de como fazer para que esse conhecimento chegasse até o aluno.
Quando acabou minha primeira aula lembro-me do sentimento que tive: raiva. Raiva de mim por não ter dado “muita bola” para as disciplinas pedagógicas do meu curso de História. Afinal de contas, o que eu esperava da vida?  Esperava viver de pesquisa como historiador no Brasil? Isso é suicídio, além do que, quase todos os grandes historiadores foram ou são docentes. Raiva também dos meus professores dessas mesmas disciplinas que lamentavelmente em sua maioria não me ajudaram quase em nada. Enfim, naquele momento precisava escolher entre dois caminhos: o primeiro era lamuriar até o ultimo ano do resto da minha vida sobre minha má formação pedagógica e o segundo caminho era correr atrás do tempo perdido. Escolhi o segundo.
Minha primeira atitude foi pesquisar como era a educação nas melhores escolas do mundo, muitas, aliás, eu já conhecia um pouco, mas não profundamente sua estrutura pedagógico-metodológica. Concomitantemente fui também pesquisando e conhecendo a história de todos os grandes educadores mundiais e brasileiros. Li dezenas de obras e vários artigos e textos pedagógicos. Essa, aliás, foi à principal causa de ter abandonado meu doutorado depois de dois anos e meio. Não conseguia mais ler sobre as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul. Entender o processo educacional, a relação pedagógica professor-aluno era meu objetivo e a partir daquele momento minha paixão.
Enfim, depois de todo esse tempo de pesquisa e prática, depois de diversas metodologias aplicadas, depois de inúmeros acertos e erros, finalmente encontrei “um caminho” para minha prática docente: a pedagogia de projetos.
Na próxima semana escreverei como há três anos praticamente eu não “dou mais aulas” e como a pedagogia de projetos mudou minha vida e como ela pode ser aplicada em qualquer escola.

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