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quarta-feira, 25 de maio de 2011

A escola “burocrática” brasileira.



A imagem acima sintetiza grande parte dos problemas educacionais pelos quais nós educadores enfrentamos atualmente em nosso cotidiano escolar, “a conservação da escola burocrática” no Brasil.
Nessa imagem podemos observar os alunos uniformizados, enfileirados com os olhos fixos naquele que detém o poder do conhecimento, o centro de toda excelência intelectual, o professor. Contudo, essa imagem é de uma escola que existiu no início do século XX, ou seja, a mais de cem anos atrás. O mais grave é que se não fosse pelas roupas, poderíamos pensar que se tratava de uma escola contemporânea, e aí está o problema.
Mas o que é uma escola burocrática?
Utilizando o termo burocrático segundo a definição de Max Webber, uma escola burocrática é aquela que limita a liberdade pessoal, na qual a vontade do aluno pouco importa e aquela na qual as normas passam a ser mais importantes que os objetivos educacionais, ou seja, o aluno precisa “aprender o conteúdo”, o professor precisa “terminar” a apostila o mais rápido possível, etc.
Assim, é de vital importância que a educação brasileira atravesse uma completa “desburocratização”, para que possamos caminhar a passos largos rumo a uma educação justa para todos.
Contudo, essa “desburocratização” só virá quando todo o processo educativo brasileiro for repensando por todos (governo, educadores e sociedade), a partir da reflexão das questões mais simples as mais complexas. Porque uma aula deve durar cinqüenta minutos, se a atenção média de um aluno hoje é de seis minutos? Porque os alunos ainda devem sentar-se enfileirados, se o conhecimento hoje é partilhado? Porque o aluno deve “aprender um conteúdo”, se ele não vai utilizá-lo ao longo da vida? Porque um aluno faz uma “prova”, se ele está sendo avaliado? Porque um aluno deve estudar geometria espacial se sua vontade é de tornar-se um cineasta?
A essas inúmeras questões podemos reavaliar toda a necessidade de perpetuarmos aspectos “educacionais” ultrapassados existentes ainda em nosso cotidiano escolar. Não é preciso reinventar a roda, mas modificar, desburocratizar, o que aí está. 

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