Você
educador já parou para refletir que como cidadãos temos o direito de escolher
nossos governantes? Você educador já ponderou que para questões cruciais a
nação como a opção entre presidencialismo ou parlamentarismo, a população é
consultada através de um referendo? Você já ponderou que toda lei antes de ser
implantada seja em qualquer esfera, ela é discutida muitas vezes no
legislativo, executivo e não raramente no judiciário para constatar sua viabilidade
constitucional? E principalmente, você educador já se revoltou por obedecer a
leis estapafúrdias que não fazem sentido algum? Não se perturbe porque você não
está só. Os seus alunos também se revoltam como você. Se revoltam porque a eles
não é dado o direito de escolherem seus professores, a eles não é dado o
direito de optarem por quase nada e a eles não é dado o direito de discutirem
quase nenhuma lei escolar. E claro, assim como você, na maioria das vezes não
vêem nenhum sentido na obediência de leis escolares que para eles não fazem o
menor sentido.
Contudo,
uma das formas mais eficazes para acabar com o não cumprimento pelos alunos das
normas e deveres da escola seja ela qual for está no pleno exercício da
solidariedade. E de acordo com experiências ocorridas nas melhores escolas do
mundo a melhor maneira de exercitar a solidariedade é através da formação de
uma assembléia escolar.
Mas
o que seria uma assembléia escolar? A assembléia escolar nada mais é do que um
momento no qual se preparam os alunos para a cidadania no exercício dela.
Ela
é formada por todos os alunos, professores e funcionários, possuindo um
regimento interno, ata e mesa diretora escolhida no início de cada ano letivo.
A
assembléia escolar se reúne pelo menos uma vez por mês (o ideal é toda semana)
em reuniões nas quais são discutidos por todos os presentes, assuntos escolhidos
previamente pela mesa diretora referentes ao bom funcionamento da escola.
Mas
na prática como faço para criar uma assembléia escolar na minha escola? Antes de
qualquer coisa, é preciso refletir sobre dois pontos.
Primeiro
ponto: se você educador ou gestor for esperar que essa iniciativa venha dos
alunos espere sentado, ou melhor, deitado. A assembléia escolar é uma semente
que deve ser plantada pelos educadores e cultivada pelos alunos.
Segundo
ponto: se você educador ou gestor não ajudar no manuseio das ferramentas
necessárias para o bom cultivo dessa semente por pensar que essa mesma semente
não dará frutos nem pense em planta-lá. A assembléia escolar deve ser dirigida
pelos alunos, mas orientada pelos educadores.
Refletidos
sobre esses dois pontos vamos à prática. A primeira etapa a se fazer é escolher
a mesa diretora no início do ano letivo através de eleições colegiais. As
escolas que possuem um grêmio estudantil, a mesa diretora pode ser formada
pelos membros dessa agremiação escolhidos pelos alunos.
A
segunda etapa é elaborar um regimento interno da assembléia constando os
horários das reuniões, a duração, a escolha dos membros, as votações e tudo
concernente ao correto funcionamento dessa mesma.
Mas
qual seria o melhor dia para as reuniões? Se as reuniões forem mensais, dê
preferência para a primeira semana de cada mês. No primeiro mês a assembléia
pode ocorrer na segunda-feira, no segundo mês na terça- feira e assim por
diante.
Mas
qual seria o melhor horário para as assembléias? O melhor horário seria nas
duas últimas aulas para quem quisesse participar. É óbvio que no início do ano
letivo uma boa parte dos alunos iria embora por terem a oportunidade de saírem
mais cedo. Mas e daí? O importante é a oportunidade dos alunos participarem
efetivamente nas discussões das melhorias da escola. Portanto, cabe aos
educadores somente duas coisas: plantar a semente e ajudar a cultivá-la, ou
seja, cuidar para que esses momentos aconteçam e que se possível todos os
alunos participem.
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