Uma
das coisas mais curiosas que vejo na educação é a perspicácia de vários
gestores, educadores ou professores em apontar problemas enfrentados por suas
escolas ou sistemas de ensino sejam eles particulares, municipais, estaduais ou
federais.
Péssimo
desempenho escolar, celulares em sala de aula, salas superlotadas, violência
escolar, indisciplina, salas que parecem habitadas por uma vara de porcos de
tanta sujeira existente, a falta da presença familiar na educação escolar, o
desinteresse estudantil, blá, blá, blá e mais blá, blá, blá.... e ponto.
Cansado,
ou melhor, exausto de tantos blás, blás, blás, escreverei uma série de textos relatando
o que muitos não o fazem: as soluções. Ahh? Existem soluções em educação?
Sério? Onde elas estão?
Em
primeiro lugar não pedirei desculpas por minha arrogância em apontar soluções
para os vários problemas educacionais existentes porque simplesmente a maioria
delas não são minhas e pior: grande parte delas existem a centenas de anos.
Em
segundo lugar, colocar muitas soluções que serão apontadas ao longo desses
textos em prática não requer malabarismos exorbitantes, mas duas coisas:
vontade e coragem.
E
por último, muitas soluções apontadas não correspondem ao que penso verdadeiramente
sobre educação, mas serão escritas com o objetivo primordial de sua
aplicabilidade segundo normas básicas do pífio sistema educacional brasileiro.
Então,
aqui vamos nós. Para as escolas que sofrem com problemas de lixo acumulado em
salas de aula, alunos que transitam sem parar nos intervalos regulares das
aulas, carteiras estragadas com certa freqüência, rabiscos em paredes e portas
de lápis, caneta ou o que sua imaginação mandar eis a solução: a sala ambiente.
A
sala ambiente nada mais é do que uma ou mais salas específicas para cada uma
das disciplinas existentes nas escolas, por exemplo: uma sala para História,
Geografia, Matemática, entre outras disciplinas.
A
responsabilidade da manutenção, decoração, aconchego, beleza da sala ficaria a
cargo dos professores da disciplina específica, o que seria uma tarefa deliciosíssima.
Mas
como isso ajuda na solução dos problemas enumerados acima? Para isso, basta
entendermos o conceito geográfico básico de lugar ou pertencimento. Quando você
professor vai até a sala do aluno por mais que se esforce ele dificilmente
entende que a sala é sua - ou está sob sua responsabilidade - mas sim dele.
Oras, na porta da sala não está escrito o seu nome, mais a série deles. Você é
o forasteiro no mundo deles. Agora, quando se organiza uma escola com salas
ambientes o forasteiro é o aluno e não o professor. A placa em cima da porta
vai esclarecer que a sala é de Português e não do 7º. Ano B.
Mas
como organizar a escola dessa maneira? Uma das possibilidades é seguir como
mostra a tabela abaixo:
1º. Aula Dupla de 100 minutos
|
Intervalo de 10 minutos
|
2º. Aula Dupla de 100 minutos
|
Intervalo de 20 minutos (Recreio)
|
3º. Aula Dupla de 100 minutos
|
Dessa
maneira, os alunos sairiam da sala ambiente três vezes: na primeira vez para se
dirigirem a outra sala ambiente (com um intervalo de 10 (dez) minutos para irem
beber água ou ao banheiro), na segunda vez para saírem para o recreio de 20
(vinte) minutos e na terceira vez para irem embora. Ou seja, os alunos na
prática sairiam somente uma vez para trocarem de sala.
Assim,
a escola evitaria vários problemas decorrentes das trocas de professores entre
as aulas.
Destarte,
essa forma de educação com salas ambientes e divisão de aulas é aplicado há
décadas pela maioria das escolas americanas e também italianas, que convenhamos
não são os melhores sistemas educacionais do mundo, mas que estão há anos-luzes
do sistema educacional brasileiro estão. Para finalizar, aos que gostam de
estatísticas: um número espantoso de escolas classificadas como as melhores no SARESP
(Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) de 2011 da
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo funcionam exatamente no sistema
de salas ambientes.
E
aí, o que pensam sobre isso? Vamos tentar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário