O cinema é uma das
minhas paixões. Desde pequeno sou fascinado por essa sétima arte. Lembro-me que
quando era pequeno (em torno de uns dez anos) ficava horas e mais horas em uma
videolocadora local admirando as capas dos filmes ali expostos. O dono
percebendo meu entusiasmo me convidou a “trabalhar” como atendente no balcão de
sua videolocadora. Foi uma experiência fantástica que me lembro até hoje. Meu
salário? Nada. Mas podia levar para assistir nos finais de semana de sete a
oito filmes! Para um garoto dessa idade, isso foi um tentame surreal.
Assim, escrevo logo
abaixo uma mensagem retirada do blog “Cinema
em Cena” do meu crítico brasileiro de cinema favorito, Pablo Vilhaça:
Assistindo
ao fraco documentário Tales from the Script, que entrevista dúzias de
roteiristas enquanto tenta atrapalhadamente retratar as dificuldades
enfrentadas por estes profissionais, me surpreendi com um imenso nó na garganta
ao ouvir o roteirista/diretor Bruce Joel Rubin descrevendo sua experiência com
o drama Minha Vida (do qual gosto muito, mas que foi muito mal recebido por
público e crítica na época de seu lançamento). Claramente emocionado, o
cineasta diz (tradução do autor):
“O
estúdio me mandou um pacote com todas as críticas e comecei a lê-las e todas
eram socos abaixo da linha da cintura. E eu desabei. Desabei por meses depois
que aquele filme foi lançado. Acreditei que aquele era o maior fracasso da
minha carreira. Ele não arrecadou como o estúdio queria, não alcançou os
resultados que eu queria, as críticas foram péssimas… E aí, mais ou menos nove
meses depois, uma mulher se aproxima de mim em uma festa e diz: ‘Meu marido
morreu de câncer há um ano. E meu filho e eu nunca discutimos o assunto. Meu
filho tinha 12 anos e não conseguia falar sobre isso. Agora ele tem 13 anos e
eu estou com câncer e tenho seis meses de vida. Mais ou menos uma semana ou
duas depois que seu filme foi lançado, meu filho e eu fomos vê-lo. Quando o
filme acabou, voltamos para casa e ele estava em prantos. Ele se encolheu em
meu colo e tivemos a conversa que eu precisava ter antes de deixar este mundo.
E isso não teria acontecido sem o seu filme. Então… obrigada.
Nesse momento, algo aconteceu comigo. E
naquele instante eu percebi que… tinha feito o filme para ela. E isso era o
bastante.”
Como professores nos
sentimos exatamente como Bruce Joel Rubin. Nosso trabalho é criticado por quase
todos como se fossemos culpados pelo sistema educacional vigente, não somos
valorizados, ao contrário, nos sentimos na maioria das vezes um completo fracasso...
E muitas vezes parece que ensinamos para
um aluno em sala de aula. Professores, não desanimem, façamos como o
diretor/roteirista do filme “Minha Vida”:
“eduquemos nem que seja para um... E isso já será o bastante...”
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