Existe uma droga mortal que está em circulação há vários anos em nossas numerosas escolas espalhadas por este Brasil afora, viciando alunos das mais diversas classes sociais.
A droga em questão não é uma droga comum, mas como qualquer outra, possui substâncias que causam uma dependência muito rápida em seus primeiros anos de uso apresentando sérios riscos a saúde intelectual de seus usuários, sendo capaz de matar as mais sublimes esperanças, criatividades e desejos daqueles que a utilizarem por muito tempo. Ela é gratuita e sendo assim, seu efeito é devastador. Ela atinge o intelecto de grande parte de seus consumidores causando uma dependência intelectual, psicológica e emocional nestes.
Contudo, a pior constatação é de que os traficantes responsáveis por fazerem essa droga adentrar o ambiente escolar causando o vício de vários alunos são as pessoas mais próximas a eles: seus professores ou uma parcela deles.
A droga da qual escrevo é a cópia. A cópia é uma das grandes mazelas que temos na educação atual. Ela é a principal responsável pela morte de toda a criatividade de nossos alunos, já que não permite o desenvolvimento de estratégias e caminhos para resolução de vários problemas e questões insurgentes em uma sala de aula. Cópia significa apenas uma coisa: que o aluno sabe copiar. Caderno cheio de cópia não é conhecimento adquirido é lápis gasto. A cópia emburrece, não esclarece. Foi-se o tempo de lousa cheia e mente feita. Passar matéria na lousa hoje é a mesma coisa para o aluno do que copiar uma receita de bolo. Ele copia, mas não tem a mínima noção depois da cópia de como se faz o bolo, aliás, não sabe nem se o bolo é de chocolate, coco ou laranja e ás vezes a coisa é mais grave, ele não faz a mínima idéia se copiou uma receita de bolo ou torta.
Assim, o problema é gravíssimo. O usuário (aluno) está viciado na droga (cópia). Quando fica sem ela ou quando está em um período de abstinência ele se sente perdido e acha que a aula sem a droga não é aula válida. O traficante (professor) em contrapartida dá a droga para seu usuário porque sabe que no momento do uso este fica em transe, quieto no seu respectivo lugar. Assim se estabelece um círculo vicioso entre usuário (aluno) e traficante (professor).
Contudo, nós professores precisamos quebrar esse círculo vicioso que se estabelece em nossas escolas. Precisamos combater essa droga que está matando a criatividade de nossos alunos. Cópia, nem dada.
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