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quarta-feira, 22 de junho de 2011

A droga que mata aluno


Existe uma droga mortal que está em circulação há vários anos em nossas numerosas escolas espalhadas por este Brasil afora, viciando alunos das mais diversas classes sociais.
A droga em questão não é uma droga comum, mas como qualquer outra, possui substâncias que causam uma dependência muito rápida em seus primeiros anos de uso apresentando sérios riscos a saúde intelectual de seus usuários, sendo capaz de matar as mais sublimes esperanças, criatividades e desejos daqueles que a utilizarem por muito tempo. Ela é gratuita e sendo assim, seu efeito é devastador. Ela atinge o intelecto de grande parte de seus consumidores causando uma dependência intelectual, psicológica e emocional nestes.
Contudo, a pior constatação é de que os traficantes responsáveis por fazerem essa droga adentrar o ambiente escolar causando o vício de vários alunos são as pessoas mais próximas a eles: seus professores ou uma parcela deles.
A droga da qual escrevo é a cópia. A cópia é uma das grandes mazelas que temos na educação atual. Ela é a principal responsável pela morte de toda a criatividade de nossos alunos, já que não permite o desenvolvimento de estratégias e caminhos para resolução de vários problemas e questões insurgentes em uma sala de aula. Cópia significa apenas uma coisa: que o aluno sabe copiar. Caderno cheio de cópia não é conhecimento adquirido é lápis gasto. A cópia emburrece, não esclarece. Foi-se o tempo de lousa cheia e mente feita. Passar matéria na lousa hoje é a mesma coisa para o aluno do que copiar uma receita de bolo. Ele copia, mas não tem a mínima noção depois da cópia de como se faz o bolo, aliás, não sabe nem se o bolo é de chocolate, coco ou laranja e ás vezes a coisa é mais grave, ele não faz a mínima idéia se copiou uma receita de bolo ou torta.  
Assim, o problema é gravíssimo. O usuário (aluno) está viciado na droga (cópia). Quando fica sem ela ou quando está em um período de abstinência ele se sente perdido e acha que a aula sem a droga não é aula válida. O traficante (professor) em contrapartida dá a droga para seu usuário porque sabe que no momento do uso este fica em transe, quieto no seu respectivo lugar. Assim se estabelece um círculo vicioso entre usuário (aluno) e traficante (professor).
Contudo, nós professores precisamos quebrar esse círculo vicioso que se estabelece em nossas escolas. Precisamos combater essa droga que está matando a criatividade de nossos alunos. Cópia, nem dada.

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