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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Somos quem podemos ser


 A sociedade no Brasil vem atravessando várias transformações seja na sua esfera econômica, política ou social e refletir essas transformações ou uma delas (como nesse caso) se torna condição “sine qua non” para se entender a visão da instituição familiar (ou parte dela) sobre a escola hoje.
Uma dessas transformações pela qual a sociedade atravessa é a ascensão cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, esta que durante séculos na história ficou relegada ao papel de cuidar da casa e dos filhos enquanto o homem buscava fora o sustento do lar. Destarte, a conseqüência dessa nova situação é obvia: sobra menos tempo para os filhos. O que gera outra conseqüência óbvia, quem vai “educá-los”? A escola.
Assim, a partir da década de 1980 com a “universalização” escolar concomitantemente com a presença cada vez maior da mulher ocupando alguma atividade remunerada, a escola e conseqüentemente os professores, vem assumindo gradativamente uma grande responsabilidade perante toda a sociedade: a educação básica (primária) de vários alunos, inclusive com a formação de valores éticos e morais fundamentais para o pleno desenvolvimento destes.
Contudo, os professores, ao longo de gerações e de toda a sua formação acadêmica foram “ensinados a ensinar” e não “educados para educar”. Ensinar é diferente de educar. Ensinar é instruir. Ensino a você uma técnica para melhor pintar essa parede. Educar é mais profundo. Não se educa um “conteúdo”, mas se ensina um “conteúdo”. Assim sendo, os professores foram formados para serem “co-educadores”, coadjuvantes na educação de seus alunos. Não são os atores principais, são os figurantes. O ator principal na educação de crianças e jovens são suas famílias, elas devem ser as responsáveis por toda a sua formação humana, afetiva, sexual, econômica, espiritual, etc.
A conclusão de todo esse processo é óbvio. As duas instituições família e escola devem caminhar juntas, já que esse processo é crescente e irreversível, ou seja, cada vez mais mulheres entrarão no mercado de trabalho. Daí a necessidade dessas instituições se tornarem íntimas parceiras para a promoção de uma educação justa para todos. Não é a toa que as escolas que obtém um melhor aproveitamento educacional são justamente aquelas em que as famílias estão inseridas no ambiente escolar. Não são escolas em que a presença dos pais se dá somente em reuniões mensais, bimestrais ou quando o filho faz alguma travessura na escola, mas escolas em que a presença dos pais é cotidiana, rotineira. Essa é a saída. Não adianta a troca de acusações. Cada instituição deve se responsabilizar por sua parte, já que tanto a família “nunca foi ensinada a ensinar” e a escola nunca foi “educada para educar”.

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