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terça-feira, 14 de junho de 2011

Eu não acredito em Papai Noel...



Não existe educação inclusiva pública no Brasil tal qual não existe ou quase não existem escolas públicas inclusivas nesse país. A escola não é para todos, nunca foi e continua não sendo. Acreditar em inclusão escolar nesse país e principalmente no estado de São Paulo é como acreditar em Papai Noel, Saci Pererê ou Coelhinho da Páscoa. Isso ocorre basicamente por dois motivos: 
O primeiro motivo é que educação inclusiva não é matricular um deficiente físico em uma escola pública. Educação inclusiva é proporcionar a qualquer cidadão uma educação justa e transformadora capaz de abrir novos caminhos para a sua vida. Para isso, é necessário que os alunos a serem incluídos (que possuem qualquer deficiência) tenham uma atenção especial e individual. Na escola pública isso é impossível. Não existe individualidade no aglomerado. É humanamente impossível incluir qualquer aluno que requer uma atenção especial em uma sala com trinta, quarenta outros alunos, ou seja, aquilo que os “especialistas educacionais de botequim” chamam de inclusão escolar eu chamo de “crime intelectual”.
O segundo motivo para “inclusão folclórica escolar no Brasil” está na falta de preparação e capacitação dos professores para trabalharem com qualquer aluno que apresente algum tipo de deficiência. Os cursos de licenciatura e pedagogia no Brasil em sua maioria apresentam a temática “educação inclusiva” como disciplina optativa e não obrigatória para o conclusão dos mesmos. Assim, como o professor pode ser capaz de trabalhar com inclusão escolar se ele não possuiu uma formação técnica para isso?
É óbvio que nenhum professor é contra a inclusão escolar, mas contra a maneira com a qual ela ocorre, ou seja, sem planejamento algum. Não ocorreu nenhuma reestruturação no currículo do ensino superior, assim como não ocorreu nenhuma reestruturação física na maioria das escolas, assim como não ocorreu nenhuma reestruturação no número de alunos em uma sala de aula, entre outros.
Deste modo, mais uma vez a educação é usada como arautos de fé, para que “bandidos politiqueiros usando terno e gravata” propagem suas crenças. Mais uma vez, os alunos “incluídos” são reduzidos a insignificantes números para fins de cumprimento de metas e arrecadação de verbas. Mais uma vez, os professores são culpabilizados por não atenderem as necessidades que esses novos alunos possuem ao adentrarem o ambiente escolar e eu, mais uma vez, fico me guardando para quando o próximo natal chegar...

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